O mundo está avariado. Tem havido um aumento significativo de apoiantes do comunismo, entre eles adolescentes que não tiveram atentos nas aulas de História e não fazem ideia do quão impraticável este sistema é (basta aprenderem sobre as reformas agrárias no pós 25 de Abril). Com esta vaga de extrema esquerda, é também espectável uma resposta por parte da extrema direita. É, assim, constatável a enorme dicotomia entre direita e esquerda que vivemos atualmente.
Um dos impactos que mais me preocupa prende-se com a crise climática. Enquanto a extrema direita nem se preocupa em acreditar em tal fenómeno, esta juventude dita comunista diz que frases como "morte ao capitalismo" fazem parte da solução climática. Para além de desrespeituosas para com os criadores da ideologia, estes lemas são também nutridos de uma falta de conhecimento na área. O capitalismo faz com que o ser humano evolua porque, quer queiramos quer não, o propósito de evoluir está no aumento da nossa qualidade de vida. Ora, esta corrente política entra exatamente por aí: ganhar (no caso da economia, aquilo que se pretende ganhar, é dinheiro). Pensemos de outra forma: na escola procura-se ter a melhor nota possível gastando o mínimo de energias. Outro exemplo, qualquer atleta procura ser bom desgastando o mínimo possível do seu corpo. Estas são, na sua essência, ideias capitalistas - gastar o mínimo que se consiga para conseguir o máximo.
O capitalismo é o instinto do Homem, mais nenhum animal dá primazia ao conforto em deterioramento da sua sobrevivência (pensem na quantidade de pessoas que morreu na construção da ponte 25 de Abril, por exemplo). Como tal, é impossível para o ser humano resolver uma crise acabando com um ideal tão instintivo. Devemos, sim, procurar soluções mais confortáveis, mais saborosas, mais fáceis de criar e menos caras. Esta é a única solução que fará o menor impacto na sociedade e proporcionará prosperidade para o planeta Terra. Se tais soluções não se apresentarem possíveis no curto espaço de tempo que se tem, os governantes de cada país deverão tomar as medidas necessárias aliviando a carga fiscal de produtos ecológicos e aumentando (significativamente!!!!) a carga fiscal de produtos que contribuam para o deterioramento do planeta. Só deste modo existirá uma mudança na utilização dos recursos tanto na população como nas grandes empresas (é normal um saco de plástico custar 10 cêntimos e um saco reutilizável 15 euros???).
Em suma, não é cortando os hábitos da população mundial em prol de algo que muitos não querem saber que conseguiremos resolver as coisas. A crise climática não se resolve a gritar "morte ao capitalismo" e "viva a anarquia". Para salvar o mundo são precisas apenas duas palavras: coragem e determinação. Coragem porque não é qualquer pessoa que tem o sangue frio de brincar com os pilares económicos de uma sociedade mundial que se gere há base de petróleo e minerais há mais de 100 anos. Determinação porque o plano que é necessário traçar de modo a que a coragem não passe a ser burrice deve ser perfeito. Se o petróleo deixará de ser um dos bens mais valiosos do mundo, o que acontecerá à economia árabe? O que acontecerá à economia Angolana? O que será das economias dos países desenvolvidos que investiram milhões e biliões de dólares em ações destes mesmos materiais?
Em suma, as coisas têm que ser bem pensadas e com a maior urgência possível. Não é em dez anos que terminamos um modelo económico e começamos outro, pelo que, a palavra chave é adaptação.
Imagem: Domtotal